Inclusão de jovens com deficiência em ações para o desenvolvimento é discutida na ONU
Por Patricia Almeida
Especialistas, delegados de países membros e ativistas em deficiência, juventude e desenvolvimento, se reuníram dia 25/7 na ONU em Nova York para debater a inclusão de jovens com deficiência em todos os aspectos dos esforços para o desenvolvimento global.
O evento, organizado pelo DESA (Department of Economic and Social Affairs), IDA (International Disability Alliance), em colaboração com o UNICEF e Leonard Cheshire Disability International, ocorreu em paralelo com a reunião de altas autoridades sobre juventude na ONU.
Daniela Bas, Diretora da Divisão para Políticas Sociais de Desenvolvimento da DESA, abriu o encontro, destacando a importância da resolução que incluiu a deficiência transversalmente entre os objetivos do milênio da ONU, ao lado da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada pelo Brasil com equivalência constitucional em 2008..
Vladimir Cuk, da IDA, disse que o caminho típico da pessoa com deficiência era ficar em casa ou no máximo frequentar uma escola especial, que provavelmente não a prepararia para a o trabalho e a vida. Já com apoio, a mesma pessoa tem possibilidade de passar pela educação primária, secundária e até chegar a cursos técnicos e universidade, conseguindo melhores empregos e independência dos serviços sociais. Para que isso aconteça, os jovens com deficiência devem ser incluídos e atuar ativamente em conselhos, sindicatos e outras agremiações, onde possam expressar as suas necessidades. Cuk defendeu que ONGs e o governo trabalhem no sentido de apoiar esta participação.
A especialista em Direitos Humanos do UNICEF, Nicola Brandt fez um breve histórico do papel das crianças e adolescentes com deficiêcia dado pelo UNICEF, passando do modelo médico e de reabilitação, para o de proteção e finalmente, após a aprovação da Convenção da NU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, para a abordagem de direitos humanos. Disse que em janeiro de 2010 o UNICEF contratou uma especialista em deficiência para um cargo sênior, a brasileiraRosangela Berman-Bieler, que em apenas 5 meses muita coisa vem sendo feita para mudar a organização e sua cultura. Segundo Brandt, Rosangela está trabalhando numa estratégia para que as ações do UNICEF incluam crianças e adolescentes com deficiência.
Para James Aniyamuzaala, da African Youth with Disabilities Network, deve ser dada prioridade à preparação de jovens líderes com deficiência para atuarem e falarem por si próprios. Ele próprio, natural de Uganda, tem deficiência auditiva, representa a África em vários fóruns, incluindo Aids, juventude e deficiência.
Mohammed Ishan Jalill, do Sri Lanka, representante da organização Leonard Cheshire Disability Young Voices, disse que as questões básicas de jovens com deficiência podem ser resumidas em 4 áreas: acessibilidade, inclusive para dar acesso a direitos como educação; tecnologia, garantir que a internet, por exemplo, chegue a todas as pessoas com deficiência; jovens em regiões de conflito, citou o caso de um jovem surdo que não tinha como saber sobre o toque de recolher e foi morto e participação política, não apenas por representação, mas participação efetiva e democrática, entre elas o direito ao voto.
O encontro foi encerrado com a exibição de um video clip da canção “Deficiência não é Ineficiência”(Disability is not Inability), do Zimbábue.
e possivel jovens por inclusao prestrem vestibular ou cursar alguma faculdade/