Por Clayse Werneck de Matos

Tecnologia (do grego τεχνη — “ofício” e λογια — “estudo”) é um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Segundo Kawamura (1990, p. 44), “A tecnologia consiste no saber (conhecimentos científicos aplicados à produção) historicamente acumulado por meio da apropriação sistemática dos conhecimentos intrínsecos à própria prática do trabalho.

As classes dominantes obtêm o controle do saber sistematizado nos padrões científicos e tecnológicos, mediante pesquisa e elaboração científica do conhecimento inserido nessa prática”. Com isso, sua utilização como instrumento de aprendizagem e sua ação no meio social vêm aumentando de forma rápida entre nós. Nesse sentido, a educação vem passando por mudanças estruturais e funcionais frente a essa nova tecnologia.

As novas tecnologias trouxeram grande impacto sobre a educação desenvolvida nos dias atuais, criando novas formas de aprendizado, disseminação do conhecimento e, especialmente, novas relações entre educador e aluno. Esta inserção na educação surgiu da necessidade de conscientizar o povo para a realidade, partindo do pressuposto de que, quanto mais conhecimento a pessoa tiver, maior será sua capacidade de criticar o mundo e as coisas que estiverem ao seu redor. As tecnologias devem entrar na vida escolar de crianças e adolescentes como uma ferramenta a mais para a educação.

Nesse ambiente, terão informações e conhecimentos que auxiliam na apropriação do saber, além de possibilitar uma interação divertida com relação ao saber, a qual é propiciada por meio de jogos educativos, softwares e atividades que atraem a subjetivação. Seu uso implica mudanças nos alunos, nos professores e nos métodos.

Assim, a inserção das novas tecnologias na educação está transformando o ambiente escolar e criando novas formas de aprendizagem. Por isso, é importante que o educador compreenda o uso da tecnologia de maneira ampla, assumindo uma postura multidisciplinar de integração de conteúdos e das disciplinas, ampliando a abrangência do conhecimento que pode ser adquirido pelo aluno.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, Ensino Fundamental Ciclo I, 1997), “a escola faz parte do mundo e para cumprir sua função deve estar aberta a incorporar novos hábitos, comportamentos, percepções e demandas”. Um recurso proporcionado pelas novas tecnologias para o processo de aprendizagem e para inclusão social das pessoas com necessidades educacionais especiais são as adaptações de acessibilidade, a chamada Tecnologia Assistiva.

O site de Tecnologia Assistiva de Rita Bersch (www.assistiva.com.br), ressalta que “a Tecnologia Assistiva é um termo ainda novo, utilizado para identificar todo o arsenal de Recursos e Serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com necessidades especiais e, consequentemente, promover Vida Independente e Inclusão”.

O Comitê de Ajudas Técnicas (Corde/SEDH/PR, 2007) destaca que “Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.” A Tecnologia Assistiva compõe-se de Recursos e Serviços.

Os Recursos são todo item, equipamento (ou parte dele), produto ou sistemas fabricados em série ou sob medida, utilizados para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com necessidades especiais. Já os Serviços são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com necessidade a selecionar, comprar ou usar os recursos definidos.

Entre os recursos necessários e individualizados, a Tecnologia Assistiva está presente em situações em que há a necessidade de comunicação alternativa e ampliada, adaptações de acesso ao computador, equipamentos de auxílio para visão e audição, controle do meio ambiente (adaptações como controles remotos para acender e apagar luzes, por exemplo), adaptação de jogos e brincadeiras, adaptações da postura sentada, mobilidade alternativa, além de próteses e a integração dessa tecnologia nos diferentes ambientes como a casa, a escola, a comunidade e o local de trabalho. Portanto, a Tecnologia Assistiva é a luta pela acessibilidade, ou seja, a oportunidade de dar condições fundamentais para a inclusão social, deixando que o ambiente seja acessível PARA TODOS!

Referências

CAMPANHA DE ACESSO DE HUMOR – Acessibilidade, Humor, Inclusão Social e Desenho Industrial.

COMITÊ DE AJUDAS TÉCNICAS, CAT, Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (CORDE/SEDH/PR), Brasília, 2007.

KAWAMURA, L.K. Novas Tecnologias e educação. São Paulo: Ática, 1990.

MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, MEC, 1996.

MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, MEC, 1999.

UNESCO, Declaração de Salamanca e linha de Ação sobre necessidades educativas especiais. Salamanca: Espanha, 1994. Declaração Mundial sobre Educação para Todos, Nova Iorque, 1990.

Clayse Werneck de Matos é Auxiliar-Pedagógica em Lorena, formada no Curso de Letras/Português, Pós-Graduada em Gestão Escolar, cursando Pedagogia.
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Fonte: Planeta Educação