Margarida Genevoise
Margarida Genevoise

“Educação em Direitos é uma prática de vida, um estado de espírito”, afirma Margarida Genevois na entrega do Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos, que contemplou dez iniciativas em todo o Brasil

“Educação em Direitos Humanos é a prioridade das prioridades. É quando projetamos a possibilidade de evitar novas violações dos Direitos Humanos”, afirmou o ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), durante a cerimônia de entrega do prêmio nacional de Educação em Direitos Humanos, na noite desta quinta-feira (18), em Brasília (DF).

“Lá atrás, quando Margarida Genevois me disse que essa era a prioridade número 1, eu imaginei que todos pudessem dizer o mesmo a respeito de suas áreas. Mas depois vi que ela está certa”, disse Vannuchi em relação à socióloga, que esteve presente à premiação. Margarida, de 87 anos, se define como uma militante dos Direitos Humanos e está nessa luta desde a resistência à ditadura militar. Atualmente ela é integrante do Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos.

“Essa premiação é muito importante porque revela uma mudança muito grande na interpretação do que é Direitos Humanos. Antigamente ninguém falava sobre Direitos Humanos, mesmo depois da ditadura demorou um pouco a aparecerem organizações que trabalham nessa área. Hoje elas estão consolidadas”, afirma a socióloga. “Algumas pessoas têm uma ideia errada de acreditar que se os outros conquistam direitos elas perderão o que acreditam ser direitos, mas que na verdade são privilégios”, ela diz. “Direitos Humanos é uma prática de vida, um estado de espírito. E deve ser ensinado à criança desde a primeira infância”, complementa Margarida Genevois.

O Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos tem como objetivo valorizar iniciativas na esfera pública e privada que contribuem para a implementação de uma cultura de direitos no país, com o respeito à diversidade que determina a formação brasileira. O prêmio busca também valorizar iniciativas que combatam o preconceito, a partir da mudança de mentalidades e de práticas individuais e coletivas que possam gerar ações e instrumentos em favor da defesa, da promoção e ampliação dos direitos humanos.

Neste ano, foram premiadas a Secretaria Municipal de Educação de Embu das Artes, na categoria “As Secretarias de Educação na Construção da Educação em Direitos Humanos”; a Escola Estadual Polivalente de Abreu e Lima, na categoria “A Educação em Direitos Humanos na Escola Pública”; a Escola de Educação Básica da Fundação Bradesco, na categoria “A Educação em Direitos Humanos na Escola Privada”; a Universidade do Estado do Pará, na categoria “A Formação, a Pesquisa e a Extensão Universitária em Educação em Direitos Humanos”; e o Centro de Apoio aos Direitos Humanos “Valdício Barbosa dos Santos”, na categoria “A Sociedade na Educação em Direitos Humanos”.

Os finalistas foram a Secretaria Municipal de Educação de Curitiba; a Escola Estadual Polivalente de Abreu e Lima; o SENAI Joinville; a Academia de Polícia Militar de Belo Horizonte; e a ONG Ação Educativa. O “Projeto Inclusive”, de Porto Alegre, recebeu a Menção Honrosa.

Segundo o coordenador geral de Educação em Direitos Humanos da SDH, Fábio Potiguar, a premiação é fundamental para a implementação de uma cultura de Direitos Humanos no país. “O Prêmio contribui muito na consolidação do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. A edição deste ano avança quando premia não só a Educação Formal, mas também a Educação em Direitos Humanos na Segurança Pública e na Educação não-formal, como no caso do projeto ‘Educação no campo e Direitos Humanos’, da Universidade do Pará”.

A premiação foi prestigiada por cerca de 200 pessoas de todo o Brasil, que lotaram o salão Azul do Hotel Nacional, em Brasília (DF).

Além do ministro Vannuchi, participaram da mesa de abertura a diretora da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil, Ivana Siqueira; a diretora da Fundação SM no Brasil, Rosângela Rossi; a vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, Antônia Alves de Souza Araújo; e o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro.

Também estiveram presentes na noite de entrega do Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos a secretária Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da SDH, Lena Peres; a coordenadora geral de Combate à Tortura da SDH, Maria Auxiliadora Arantes; o reitor da UnB, José Geraldo; o presidente do Conselho Nacional de Educação, Antônio Ronca; e o coordenador da Área de Educação da Unesco no Brasil, Paolo Fontani.