Pessoas com deficiência "sofrem" para encontrar vagas para estacionar
Repórteres acompanham um motorista com deficiência física pelas ruas do Rio de Janeiro e registraram flagrantes de desrespeito à lei e à cidadania.
Tatiana Nascimento (Rio de Janeiro) | Repórter Globo. com
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Descrição do Vídeo:
Para João Carlos é uma peregrinação diária: achar uma vaga para estacionar.
– Tô de cadeira de rodas, essa vaga aí… Essa pessoa é com deficiência?
– É uma senhora que tá com uma criança com a perna toda machucada.
– Mas ela não… A dona que tá dirigindo não é.
– Não é cadeirante.
Não satisfeito João Carlos pediu mais explicações.
– Mas ela podia desembarcar e procurar uma outra vaga. Você concorda?
– Concordo.
– Então?
– Concordo.
– Porque nessa altura toda eu vou ficar aqui a mercê, né?
– Não, não vai não.
Mais adiante, uma situação revoltante para ele.
– O cara que tá no carro tem deficiência, não?
– Tem não.
– Tem não, né? Vai demorar na vaga aí, irmão?
O motorista não se dá o trabalho de responder. E é o deficiente, que tinha direito a vaga, quem vai embora.
– Nessa aí quem dança sou eu, como sempre. O cara nem saiu do carro. Obrigado pela gentileza.
Num trajeto com destino ao centro, rodamos por meia hora e não achamos vagas para pessoas com deficiência.
“Você se depara com a facilidade de um lado que é ter um carro e um transtorno de outro que é aonde que eu vou parar meu carro na cidade. Fica rodando horas, então é um sufoco, no dia-a-dia é um sufoco”, declara diz João Carlos Farias, sociólogo.
Quando João Carlos finalmente encontra: “Não tô vendo nenhuma identificação né de que seja de uma pessoa com deficiência”, diz ele.
“É que eu tô esperando a irmã só ali, cheguei agora também”, fala Danilo Oliveira, empresário.
“É que tem um senhor cadeirante aqui atrás que tá esperando para colocar”, diz a repórter.
“Tô saindo agora então saio agora não tem problema não”, responde Danilo.
“Dez minutos para ele uma infinidade pra gente né?”, comenta João Carlos.
Em São Paulo, um flagrante gravado pelo celular. Uma mulher sai do carro, minutos depois retorna e vai embora. Ocupou uma vaga que não era pra ela.
Uma lei federal determina que dois por cento das vagas em estacionamentos públicos ou particulares sejam para pessoas com deficiência. As vagas devem estar sinalizadas com placas e também com o símbolo pintado no chão, e devem ter espaço suficiente para que uma pessoa com cadeira de rodas possa entrar e sair do carro sem problemas.
A cidade do Rio tem cerca de mil vagas desse tipo. O motorista que estaciona nessas vagas sem autorização pode pagar multa de R$ 68 e ter o carro rebocado.
“Na verdade é como se nós fossemos invisíveis, como se nós não existíssemos. Eu me sinto assim muitas vezes entristecido pela falta de respeito”, diz João Carlos Farias, sociólogo.
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Fonte de informação: Globo Vídeos
Tabalho com projetos de Acessibilidade para pessoas com deficiência, e não pude deixar de notar a falta de respeito (ou falta de informação) quanto ao uso indevido da “área de transferência”, usada pelo deficiente para entrar e sair do carro. Publiquei no meu blog três fotos de problemas comuns nos comércios locais do Plano Piloto (Brasília): lixo, moto e carros.
http://edumanzi.wordpress.com/2009/07/28/11/