ONU reconhece e celebra o dia mundial da síndrome de Down e estimula novas políticas sociais para pessoas com a deficiência
Dia Mundial da Pessoa com Síndrome de Down vai muito além do que uma simples data para se comemorar. Significa reconhecimento e aproximação da sociedade para essa parcela que merece respeito e valorização. Agora é celebrado em 193 países, após a aprovação de uma moção apresentada pelo Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), em 21 de março de 2012.
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Hoje existem 300 mil pessoas com síndrome de Down no Brasil |
Instituições e órgãos governamentais realizaram eventos que enaltecem os direitos das pessoas com Down. A ONU, em Nova York, celebrou com a conferência Construindo o nosso futuro. O Brasil foi representado por alunos da associação Carpe Diem. No evento, a instituição lançou o livro Mude seu falar que eu mudo meu ouvir, um guia de acessibilidade na comunicação para pessoas com deficiência intelectual.
De acordo com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, por muito tempo elas foram deixadas à margem da sociedade e tiveram negados direitos perante a lei, como o voto. Além de serem impedidas, por preconceito, de frequentar escolas regulares. Em declaração, afirma que “pesquisas mostram que a diversidade na sala de aula leva ao aprendizado que beneficia a todos”.
Um novo tratamento
O Governo Federal lançou no dia da comemoração, o Manual de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down. O intuito é esclarecer dúvidas e colocar à disposição do público informações detalhadas sobre como proceder quanto ao diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas com deficiência. O texto da cartilha foi elaborado com o apoio do Sistema Único de Saúde (SUS), que forneceu dados sobre o atendimento e a qualificação de profissionais, além de sugestões que a população enviou a um endereço virtual que o Ministério da Saúde concedeu para a correspondência.
“Diversidade na sala de aula leva ao aprendizado que beneficia a todos”
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Essa ação está dentro do Plano Nacional da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, lançado no ano passado pela presidenta Dilma Rousseff. O programa viabilizará quase R$ 2 bilhões divididos pelos Ministérios, para executar programas específicos para essa parcela da população e deverá alcançar a plenitude até 2014.
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Servidores da Câmara acompanham a sessão |
O IBGE divulgou no último censo que há 300 mil brasileiros com síndrome de Down. Diante desse fato, está em andamento na Câmara dos Deputados o Protocolo de Saúde para a síndrome de Down, cuja finalidade é estabelecer procedimentos padronizados para o atendimento na rede de saúde.
Celebrar
No Brasil ocorreram eventos e festas comemorativas. Em São Paulo foi realizado o II Seminário em Comemoração ao Dia Internacional da Síndrome de Down, na Câmara Municipal. Na oportunidade, foram discutidas as políticas públicas que devem ser ampliadas.
Segundo o vereador Floriano Pesaro (PSDB-SP), o objetivo é ampliar os programas no esporte e na cultura. Essa expectativa é compartilhada com o secretário municipal da pessoa com deficiência e mobilidade reduzida, Marcos Belizário, que acrescenta que os programas devem alcançar a periferia da cidade.
Enquanto na Câmara dos Deputados foi realizada, por iniciativa do deputado Romário e o senador Lindbergh Farias, uma sessão solene para homenagear o dia. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República esteve presente. O deputado Romário (PSB-RJ) fez a abertura e exaltou que o preconceito dever ser algo do passado. Pai da pequena Ivy Bittencourt, que tem síndrome de Down, disse em entrevista que o objetivo maior é conscientizar a sociedade em relação ao o que é a doença e promover conhecimentos.
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Estudantes da Adid esbanjam charme no desfile |
A deputada Érica Kokay (PT-DF) ressaltou o aumento de pessoas com síndrome de Down nas universidades. Ela afirma que hoje há 18 pessoas em cursos superiores. Fábio Meirelles, da coordenação geral do sistema de informações da pessoa com deficiência, que estava representando a Secretaria de Direitos, destacou a necessidade do Estado e da iniciativa privada trabalharem para promover a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade e no mercado de trabalho.
Luiz Lindbergh Farias Filho (PT-RJ), pai de Beatriz, de apenas 2 anos e que tem a síndrome, lançou, no evento, o portal Movimento Down (www.movimentodown.org.br), que pretende ser referência no assunto. Ele declarou que após o nascimento de sua filha, não encontrou nenhum site que pudesse ter informações precisas e trocas de experiência com as famílias. Por isso, o intuito do Movimento Down é dar esse apoio aos pais.
Ainda no ambiente parlamentar, o Senado recebeu a exposição Pintou a Síndrome do Respeito, no Espaço Cultural Ivandro Cunha Lima e no Senado Galeria. As 38 obras produzidas pelos alunos das Oficinas de Arte do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural ficaram exposta em um espaço que tem a frequência de três mil pessoas diariamente.
A Associação para o Desenvolvimento Integral do Down – ADID, em comemoração à data, fez um chá beneficente, que teve como principal atração o desfile dos alunos com Down. “O DiaInternacional significa para nós uma vitória, pois a sociedade passa a olhar para essas pessoas e abrir portas para estudos que venham promover qualidade de vida”, diz Marivone Zanzini, diretora-presidente da ADID.
O evento foi organizado por Eliana Maria de Almeida, mãe de um jovem com Down. Ela comenta que a data representa o respeita conquistado após anos de luta e trabalho, além de trilhar o caminho para autonomia. “Os nossos filhos podem ser os protagonistas de suas vidas e ter um dia especial a eles dará forças para que novos projetos sejam colocados em prática”.
Fonte: Revista Sentidos
Cuidado! Mais atenção pois este site é referência em informações. “Síndrome de Down não é uma doença”
Bem lembrado. Maria Ines. Sugiro que escreva para a Revista Sentidos, responsável pela matéria.
Patricia Almeida
Equipe Inclusive