Inclusive - direitos humanos - um planeta cercado por figuras humanas.

“A educação em direitos humanos é a estratégia para conseguir alcançar a democracia e liberdade social e ampliar ou fazer diferente do tradicional”. A afirmação é da articuladora do Movimento Nacional dos Direitos Humanos em Sergipe, Lídia Anjos e diz respeito ao seminário A Educação em Direitos: Uma Estratégia de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos na Região Nordeste, previsto para acontecer nos próximos 4 e 6 de maio em Aracaju, capital sergipana.

O evento englobará temas gerais e específicos ligados aos direitos. Assim, entram na programação os direitos das minorias, com os conflitos indígenas e quilombolas; as questões relacionadas à infância; as polêmicas em torno da Comissão da Verdade e da Justiça e da Democratização da Informação; a decisão do Supremo Tribunal de Justiça em relação ao abuso sexual de adolescentes; a criação e implementação dos conselhos de direitos humanos no âmbito dos Estados, entre outros.

O objetivo do seminário é fomentar a discussão sobre essas temáticas e, a partir da valorização das práticas populares e escolares, tornar emergente o investimento na educação em direitos humanos. O evento será realizado na Rua Vila Cristina, 148, bairro São José.

Fazendo uma avaliação sobre como a educação em direitos humanos estão inseridos no cotidiano, Lídia Anjos afirma que está é uma estratégia, um caminho para se alcançar a democracia e a liberdade social. “Vem-se trabalhando essa questão, mas não foi alcançada nenhuma grande mudança. Devem-se valorizar as práticas populares e escolares, de modo a construir uma sociedade mais igualitária e justa. Deve-se lembrar que nós vivemos uma cultura de violência. Ainda estamos com um pé na ditadura militar, onde tínhamos a impressão de que se devia educar batendo, e isso ficou impregnado em nós. Contudo, temos que praticar uma educação que vê as pessoas e a dignidade que elas têm. Acho que isso é a grande estratégia que se tem na construção dessa sociedade”, afirmou a articuladora.

Para ela o caminho que se deve seguir para nos aproximar de uma educação democrática – que preza pela prática da liberdade e a não-violação dos direitos humanos – é justamente a educação em direitos humanos, onde se deve vivenciar uma nova cultura de respeito à diversidade. “Não objetivamos discriminar a educação formal – a pesquisa, o espaço acadêmico –, mas perceber que a educação informal – as práticas populares, os movimentos sociais, as culturas dos indígenas quilombolas, o MST – são importantes e cada um de nós deve estar aberto para conhecer e construir uma educação para além dos muros da escola e em projeção para a comunidade”, acrescentou.

Trabalhar com Educação em Direitos, continua, implica na formação de uma cultura de respeito à dignidade humana através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da tolerância e da paz. Portanto, a formação dessa cultura significa criar, influenciar, compartilhar e consolidar pensamentos, atitudes, costumes e comportamentos que decorrem daqueles valores essenciais citados – os quais devem se transformar em práticas.

A respeito do preparo dos nossos profissionais para lidar com essas questões, a articuladora explicou que trata-se de um processo a ser construído levando em consideração não só as práticas formais, mas as informais também.

“Não é uma formatura que vai desmistificar essas questões, mas uma vivência destes com práticas diferentes das tradicionais, que espalham o não-respeito, que praticam uma educação aterrorizante. Em outros tempos, a educação era pautada na palmatória, no medo imposto. Infelizmente, isso se repete nas várias profissões. Acredito que um amplo debate sobre essas temáticas e a valorização de todos os espaços e manifestações culturais, entre outros, qualificam a atuação dos profissionais de viverem novas experiências, praticando uma ação de contracultura. Vivenciar novos horizontes é a grande proposta”, concluiu a Lídia.

Fonte: Adital