Ação do professor e inclusão em debate
Cerca de 500 professores participaram na manhã desta sexta-feira da abertura do 9º Fórum Nacional de Educação e do 12º Seminário Regional de Educação Básica. A primeira etapa ocorreu no auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e termina na tarde deste sábado. A segunda fase acontece nos dias 20 e 21 de maio.
Na cerimônia, representantes das entidades promotoras enalteceram o crescimento do evento. Para o reitor da Unisc, Vilmar Thomé, o fórum se tornou uma ação concreta para o desenvolvimento da educação. Ele destacou ainda iniciativas que começaram em eventos parecidos, como a Plataforma Freire, que incentiva a formação continuada dos professores, e o Fies, programa de financiamento estudantil do governo federal.
A secretária municipal de Educação e Cultura, Rejane Henn, justificou o grande número de participantes pelo comprometimento de todos em transformar as questões que preocupam os professores no dia a dia da escola. “Estamos aqui porque acreditamos na educação”, frisou. A primeira palestra do dia foi conduzida pelo professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Yves de La Taille.
Ao falar sobre o tema A Escola e os Valores: a Ação do Professor, La Taille fez uma comparação entre o poder e a autoridade do professor. “Se o professor não tem autoridade na sala de aula, ele apela para a imposição do seu poder por meio das ameaças.” Segundo La Taille, o grande desafio da escola atual é recuperar essa autoridade perdida. “Ela tem valor porque representa uma área cultural digna de confiança, assim como o médico representa a Medicina e o professor representa a educação”, explicou.
O palestrante acredita também que a escola perdeu parte do prestígio obtido em outras décadas. Na sua visão, isso pode estar relacionado tanto à perda de espaço para outras fontes de conhecimento quanto à ausência de uma formação ética e moral dos alunos por parte do educandário. “O desenvolvimento moral deve ser trabalhado institucionalmente, mas a escola está deixando isso de lado e é a sociedade que paga o preço”.
Superar barreiras de aprendizagem é o grande desafio para uma sociedade que quer efetivar, na prática, a educação inclusiva para pessoas portadoras de necessidades especiais. Para a psicopedagoga e professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RS), Marilene Cardoso, que palestrou à tarde, a superação dessas barreiras depende de ações integradas em pelo menos três dimensões: criação de uma cultura inclusiva, produção de políticas de educação inclusiva e desenvolvimento de práticas inclusivas.
Encerramento
Neste sábado, às 8h30, um painel debaterá a problemática A Educação face ao mundo vivido pelas classes populares: um horizonte na construção de uma Escola possível. Logo após, às 14 horas, a professora Cléo Fante, do Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre Bullying Escolar, fará uma exposição sobre esse tema. Dentre as palestras também haverá apresentações de grupos de teatro e dança de Santa Cruz. A promoção é da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (Smec), em parceria com o 18º Núcleo do Cpers/Sindicato, Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro/RS), Sindicato dos Professores Municipais de Santa Cruz do Sul (Sinprom), 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE) e Unisc.
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Fonte: Gazeta do Sul
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