Minha revolta!
Por Carol Fomin
Hoje o meu post é um protesto contra o INSS, e demais órgãos públicos. Por favor tenha um pouco de paciência e leia até o fim.
Há alguns meses tenho acompanhado como intérprete de um amigo surdo que por uma questão de privacidade, vou usar nomes fictícos. Mas a história é verdadeira, mesmo que pareça absurda.
Meu amigo Antônio é surdo, casado com a Alessandra, também surda e pai do Guilherme de 5 anos que é ouvinte.
O Antônio está em um processo junto ao INSS pois além da Deficiência Auditiva bilateral ele sofre de um glaucoma gravíssimo em ambos os olhos. Por já ter passado por 2 cirurgias, e perdendo parcialmente a visão, corre o sério risco de perder totalmente a visão, sua principal forma de comunicação e contato com o mundo, uma vez que já é deficiente auditivo bilateral.
Por precaução e para tentar prolongar ao máximo a visão do Antônio sua médica oftalmologista que o acompanhou desde o príncípio nas cirurgias e sabendo da gravidade de seu problema, desde que sua empresa em que trabalhava o demitiu, ela o recomendou que tentasse a aposentadoria por invalidez pelo INSS, o que já foi feito por diversas vezes, todas sem sucesso.
Como todas as vezes em que ele foi lhe foi negado o benefício sem nenhuma tentativa de comunicação verdadeira e como lá não tinha intérprete e sua esposa que é um pouco oralizada não podia entrar com ele, ele me chamou para acompanhá-lo como intérprete de LIBRAS.
Aí começou o meu dia….
Saímos as 7:00 em ponto da João Dias para a Liberdade (Pça Nina Rodrigues). Quem mora em SP sabe que é bem longe.
Chegamos lá 8:45 e esperamos em uma fila do lado de fora do INSS pois os 4 seguranças que guardavam o portão informaram que não poderíamos entrar pois lá dentro a fila era enorme, expliquei que tinhamos hora marcada, mas rapidamente descobri com as gargalhadas do 1o da fila que me disse:
– Querida, bem-vinda, todos nós temos hora marcada.
Fui para o fim da fila beirando a calçada e passando por jovens, idosos, gestantes, cadeirantes, amputados, pessoas com os mais diversos problemas. Eu e Antonio aguardamos por cerca de 1h em pé do lado de fora, até que comecei a ficar com uma vontade enorme de fazer xixi e fui lá implorar para que me deixasse entrar, que prometia que voltaria para a fila. Depois de muito insistir os seguranças se entreolharam e me deixaram entrar. Fui ao WC e nao resisti ao ver o WC resErvado para Pessoas com deficiencia e fotografei.

Mas isso é só um detalhe. Enfim, depois que entramos, fomos para outra fila de mais 1h dentro do INSS na fila que vcs podem ver abaixo na foto.
Quando finalmente chegamos próximos ao atendimento e poderíamos entrar…. Eles não autorizaram que entrássemos os 2, pois não pode entrar acompanhante. Ah…. Fiquei revoltada e disse:
– Amigo eu VOU entrar. Eu não sou acompanhante, nem familiar. Sou intérprete de LIBRAS, vim para interpretar, fiquei quase 3 h na fila para isso e é isso que vou fazer.
Depois de uns 5 minutos consegui entrar. Só EU, o Antonio teve que ficar de fora. O que é outro absurdo pois eu não poderia por princípios éticos de intérprete responder nenhuma informação por ele, mas enfim… queríamos mesmo era resolver o problema.
Entrei e minha revolta maior ao ver a sala do INSS vazia. Vejam a foto:

Que revolta! De pensar que eu e todas aquelas pessoas dentre elas idosos, gestantes, pessoas de muletas, que foram obrigadas a ficar horas em uma fila sendo que a sala de espera estava vazia, e tinha cadeiras perfeitamente confortáveis para aguardar o atendimento.
Enfim, depois de mais meia hora aguardando (agora sentada). Fui chamada para o atendimento:
– Por favor, o Sr. Antonio está desempregado?
– Não sei, teríamos que perguntar ao Sr. Antonio, respondi.
–
Mais 5 minutos para o gerente da agencia liberar o Antonio para entrar. Depois de algumas perguntas simples, o gerente resolver perguntar para a médica perita se ela autorizaria que eu entrasse junto com o Antonio na sala de perícia. ELA NÃO AUTORIZOU!
Eles falaram que a agencia tem um funcionário que fez esse “curso de aprender esses gestos de códigos”. E que a médica só aceitaria um intérprete da própria agência. Brigamos, pedimos e imploramos para que ele fosse atendido neste mesmo dia, já que já haviamos passado por tudo isso. A resposta que tivemos foi:
– É melhor não se indispor com a médica perita, pode ser pior para o Antonio e ela pode não querer aprovar o benefício dele.
Para não prejudicar o Antônio, ele mesmo desistiu, contrariado é claro. E eu, coloquei meu rabinho entre as pernas e fomos embora. Agora com data remarcada para próxima 2a feira as 7hs da manha quando o funcionário que sabe “esses códigos de sinais” estaria presente.
Minha tristeza é que o Antonio foi lá, na hora marcada, o funcionário realmente só sabia sinais básicos e usava muitos gestos para se comunicar, e pior o Antonio não foi atendido pela perita ainda. Ela remarcou para 3 dias depois as 14hs. Não sei onde isso tudo vai acabar.
Me pergunto: ONDE ESTÁ O RESPEITO AO CIDADÃO?
O RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS ? ONDE ESTÁ A ACESSIBILIDADE? ACESSIBILIDADE NÃO É SÓ CONSTRUIR RAMPAS. ACESSIBILIDADE É O DIREITO DO ANTÔNIO A COMUNICAÇÃO, O DIREITO QUE ELE TEM DE ENTENDER E DE SE FAZER ENTENDIDO.
Não sei a quem reclamar, onde reinvidincar, por isso expresso aqui o meu dasabafo!
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Fonte: Carol Fomin – Arquiteta
Carol, devemos denunciar esse tipo de tratamento.Tirei esse texto do site da previdência. A Ouvidoria-Geral da Previdência Social tem como objetivo estreitar a integração entre sociedade e governo, permitindo por meio de sua manifestação melhorar a qualidade dos serviços previdenciários no País. Este é seu espaço aberto onde você pode enviar elogios, sugestões, expor problemas, reclamações, denúncias ou fazer qualquer tipo de manifestação.
Informamos que o cadastro e acompanhamento de manifestações devem ser feitos via telefone, na Central 135 ou no sítio http://www.previdencia.gov.br, na opção fale com a Ouvidoria, pois, a partir de 02.05.2008 as respostas às reclamações, sugestões e elogios não serão mais enviadas por e-mail. A partir da referida data as respostas de todas as manifestações serão postadas no sistema da Ouvidoria (www.previdencia.gov.br) e poderão ser acessadas pelo código da manifestação. Caso não tenham o referido código, por gentileza, entrem em contato com a Central 135 para obtê-lo.
gostaria de saber porque nao passo em pericias medicas
sera qui tenho qui morrer primeiro pra depois ser atendida
pois estou com serios problemas de coluna
e com tendinite aguda nas maos ,braços e joelhos
e outros problemas de estomago de tantos medicamentos pra dor
ja fis varias
sabe quais forao as alegaçoes ? qui cai na malha fina pois o perito tinha meu sobrenome
seguna e ultima nao tenho tempo de contribuiçao
sou filha de rural com 8 anos de trabalho com meu pai mais 4 anos de carteira no comercio depois começei a contribuir como autonoma ja pg tres anos entao como posso faser se nao tenho mais condiçoes de trabalhar e seguir pagando as dores sao fortissimas e tenho qui seguir ate quando por favor mi responda quem for responsavel
pois ja nao sei mais ok faser
estao com depreçao e sstres e agora paro mi mato ou faço ok mi diga por favorrrrrrrrrrrrrrr
obrigada jussara silveira