Diversidade é tema de projeto da Escola Municipal Pedro Francisco de Morais
A culminância do projeto “A Origem do Povo Brasileiro”, realizada na manhã da última sexta-feira (19) na Escola Pedro Francisco de Morais, ocorreu da forma como pretendiam a direção e a coordenação pedagógica. Envolveu todos os setores da comunidade escolar. “Do porteiro à cozinheira, todo mundo participou”, resumiu a coordenadora pedagógica Maria da Natividade Gonçalves.
A principal intenção do projeto, de acordo com Natividade, foi analisar a formação da sociedade brasileira tomando como base três eixos principais: a luta dos índios pela terra, a dos escravos pela liberdade e as contribuições dessas culturas, incluindo ainda a dos portugueses, para que a sociedade brasileira se transformasse na grande miscigenação que passou a ser sua principal característica.
A partir das 9h, os alunos tomaram parte num desfile que mostrou a figura de Zumbi dos Palmares, à frente de outros alunos que representavam escravos com as correntes já rompidas, numa simulação da luta por liberdade. Em seguida, manifestações artísticas encenadas do pátio da escola mostraram a grande diversidade de ritmos proporcionada por uma cultura miscigenada. No mesmo espaço, apresentaram-se danças de origem africana, como o maculelê, e europeias, a exemplo de ritmos originários da Espanha.
A visitação aos estantes começou em seguida. De acordo com o projeto, a escola foi dividida em quatro espaços dedicados especificamente aos temas analisados. A primeira sala representava a diversidade não só cultural, mas de pessoas. “Tentamos transmitir às pessoas que a diversidade vai muito além da cor, e focamos no respeito a todas as diferenças”, explicou a professora Sílvia Paula Oliveira, responsável pelo espaço. As demais salas mostravam características relacionadas aos indígenas, aos africanos e aos portugueses.
RESPEITO ÀS DIFERENÇAS – O projeto “A Origem do Povo Brasileiro” teve caráter multidisciplinar e, antes da culminância, foi desenvolvido ao longo de dois meses. “Nós acreditamos que a escola deve construir um espaço que respeite as diferenças, valorizando a trajetória e os diversos saberes de cada indivíduo que dela participa”, explicou a diretora da escola, Edna Lima dos Santos. “É possível despertar nos alunos a consciência de que a população brasileira é fruto de uma intensa miscigenação, e direcionar o olhar da turma para a valorização das diversas formas de manifestações culturais existentes na sociedade”.
O estudo da formação da sociedade brasileira foi feito de forma diferente daquela a se habituaram as últimas gerações. “Foi de forma crítica”, observa Natividade. “É uma visão bem histórica e verdadeira de como aconteceu o processo da história do Brasil”.
PEDAGOGIA DE PROJETOS – A coordenadora vê como “muito significativa” a participação dos alunos no desenvolvimento do projeto. Aliás, não apenas dos alunos, como também dos demais setores da comunidade escolar. Para ela, os alunos costumam adquirir mais conhecimento ao envolver-se em iniciativas como essa do que tendo acesso a aulas expositivas. “O objetivo maior”, segundo Natividade, “foi alcançado”.
“Temos essa pedagogia de projetos”, conta Natividade. “Hoje, na culminância, a participação é cem por cento dos alunos. Eles criaram o material apresentado aqui, produziram muitos textos, aprenderam músicas e muita pintura. E no final do projeto, vejo que eles é que comandam”.
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